domingo, 29 de março de 2009

Este é um post de gaja!

É comum haver por aí a visão de que as gajas são umas lamechas pegajosas e os gajos uns brutamontes insensíveis.
Quando gajos e gajas se conhecem tudo na boa.
Os gajos gostam das q*****...as gajas também.
Entretanto, os gajos continuam a gostar das q***** e ficam-se por aí...
As gajas também continuam a gostar delas, mas começam a querer mais que isso.
E é quando o problema surge:
"F***-se aquela gaja não me larga! Tenho de a despachar!"
"Mas porque é que ele não me liga nenhuma?! Eu gosto tanto dele!"

Há uma série de coisas que nos mostram isso: filmes ("He's just not that into you" deve ser um deles); músicas ("I will survive" deve ser o hit das gajas rejeitadas); artigos de revistas femininas (ao estilo "Faça o teste e veja se ele está realmente interessado em você!"); até investigações científicas sobre os comportamentos interpessoais entre gajos e gajas (das quais o Alferes será sem dúvida um adepto).

Esta é a visão estereotipada das relações humanas heterossexuais que por aí existem. Um exagero, generalização irreflectida de uma gaja rejeitada!

Mas será mesmo um simples estereótipo sem fundamento?...

Adequadíssimo a este assunto, descobri um outro artigo que fala sobre isso: "As mulheres têm os fios desligados", fala de:
- como "as mulheres são corajosas e os homens cobardes";
- como os homens "só terminam uma relação quando têm outra";
- como "são incapazes de "Já não gosto de ti" de "Não quero mais" ";
- como utilizam bem o cliché "o problema não está em ti, está em mim","Tu mereces melhor do que eu";
- como "não se apaixonam: entusiasmam-se";
- como "só são ternos quando querem fazer amor e acabando o amor arranjam um pretexto para se levantar (chichi, sede, fome, a janela de que se esqueceram de baixar o estore) ou fingem que dormem porque não há paciência para abraços e festinhas";
- como elas gostam do "ronhónhó, a mania das ternuras, dos beijos";
- como elas "contam histórias sem interesse nenhum que nunca mais terminam";
- como elas "querem namoro, diminutivos, palermices";
- como elas sonham "com o Zorro, o Che Guevara, e eles a sonharem com o decote da vizinha";
- como as cartas de amor deles lhes devem dar sempre jeito pois "é só copiar mudando o nome";
- e de mais uma série de coisas, sobre as quais o melhor é mesmo ler (http://bp1.blogger.com/_n8oKlYFA5vQ/SJHxe5nX0CI/AAAAAAAABFk/ZNlN82MAhvE/s1600-h/cronicavis%C3%A3o.jpg).

Sim, todas estas ideias surgem das lamentações e generalização irreflectida de uma gaja rejeitada, que seja ingénua o suficiente para se deixar levar pelo primeiro gajo galante e, aparentemente, bem intencionado, que lhe apareça à frente.

O mais curioso...é que quem escreveu este artigo foi um homem...

Será mesmo, tudo isto, um simples estereótipo sem fundamento?...

sexta-feira, 13 de março de 2009

Trajecamente falando...



O estilista que inventou o traje feminino devia ser processado! É que este modelo está totalmente desadequado!
Se olharmos para ele não sabemos se faz parte da colecção Outono/Inverno ou Primavera/Verão.
Se se usa em dias quentes, é um calor que não se suporta! Se se usa em dias mais frescos, é um frio de rachar!
A capa pesa e é grossa, mas não o suficiente para impedir que aragens mais frescas subam pelas pernas (des)protegidas por finos collants.
Os sapatos são desconfortáveis, e andar com eles uma noite inteira é atentado.
A saia trava as pernas e não nos deixa andar como deve ser.
O casaco é mal jeitoso e sem bolsos suficientes para tudo o que uma rapariga precisa de transportar. Já para não falar que andar sem ele, e sem colete faz-nos parecer empregadas de mesa em camisas semi-transparentes.

Em suma, esta vestimenta não é traje, é trágica!...

...mas eu gosto tanto, e é tão lindo de usar =)

domingo, 8 de março de 2009

Sentir tudo de todas as maneiras

"Deixar a vida acontecer sem lhe dar um nome..."

Foi assim que um dia um grupo de jovens decidiu fazer, com o objectivo de tentar sentir tudo de todas as maneiras, e de ajudar os outros a sentí-lo também.

O caminho foi longo, e não sem altos e baixos.
Começou-se com ideias e pequenas experiências, que foram trazendo mais ideias a juntar à extensa lista.
Nadou-se por uma vastidão de possibilidades, mas aos poucos algo se começou a delinear com maior precisão.
A época das ideias soltas dava lugar à decisão pelo realizável.
Sem se dar conta, foi-se construíndo qualquer coisa...uma peça; um espectáculo; uma experiência? Não sei bem o que foi, mas ela nasceu, ofegante, de uma "vagina InterDita", e com ela nasceram as dores físicas, psicológicas, e emocionais.

Os que assistiram falam:
Daquela que falava russo-japonês
Daqueles que pareciam máquinas
Do outro que se passava no meio deles
Do "coração, se pudesse pensar, pararia..."
Do “quem sou quando sinto? que coisa morro quando sou?”
Da vendas, e da corda
Do balanço entre corpos ao som humano de melodias de embalar
Do didgeridoo no silêncio da escuridão
Dos segredos sussurados ao ouvido
Do "gosto muito de ti mas nunca te disse"
Do "às vezes tenho vontade de desistir"
Dos odores (des)agradáveis
Das correrias
Do cair, e do levantar
Do "estou vivo"
Da "felicidade"
Do "quanto nos custa ser uma curva normal"
Do "se eu gostar muito de ti será incesto desejar-te"
Das obsessões, e dos histrionismos
Das alucinações sensoriais
Do fugir janela fora
Da Alma e o do Eu
Das sombras
Do "olho-te e amo-te e não te possuo nunca"
Da psicologia experimental
Do vulto ao fundo do corredor
Do "conhecer todas as coisas devagarinho, muito devagarinho"
Do outro que se volta a passar na luz intermitente
Do "como todos os meus sentidos têm cio de vós"
Dos tambores
Do "ruge", "relâmpago", "sacode", "espuma", "rompe","quebra", "ócio", "alucinação", "dinamismo"
Dos movimentos aparentemente descoordenados
Do "gosto de um deus que saiba dançar"
Da agitação
Do cair, e do levantar de novo
Daqueles dois que se mexiam de forma estranha
Do caos
Da aglomeração
E, por fim...da explosão

Os que assistiram dizem que mais que assitir, sentiram, tudo, de todas as maneiras.

Eu digo também que senti, tudo, de todas as maneiras. Não apenas naqueles três dias de "estreias", mas durante os meses, semanas, e dias que os antecederam.
Senti, tudo, de todas as maneiras, até ao último suspiro de alívio, por ter terminado, e por ter ultrapassado as expectativas dos outros...e as minhas também.

Mas depois do estado bomba-relógio, e da sua explosão...sente-se a falta o tique-taque incessante...

Porque... "Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir. Sentir tudo de todas as maneiras".