domingo, 10 de agosto de 2008

Bailes de Verão

Ora parece-me que afinal voltei mais cedo do que o previsto, já que a inspiração me assaltou, ao mesmo tempo de uma chamada que me acordou, às 13h, solicitando a minha presença numa praia perto de mim...a qual recusei (isso, chamem-lhe burra!!!).

Mas falando de coisas sérias: os abençoados Bailes de Verão.
Este fenómeno singular na natureza costuma acontecer apenas numa época do ano, precisamente no Verão. Pode durar alguns dias, entre dois fins-de-semana a uma semana inteira, e habitualmente "ajunta" (como em bom "Bailês" se diz) toda uma panóplia de seres bizarros.
O tipo de festividades também varia: são desde concentrações MotardEs Gatos da PicaMurcha, a Bailes MEGAlómanos em terriolas de nomes absolutamente ZOUPARRIAntes. Os bizarros seres, que têm como habitat natural este tipo de manifestações, são identificáveis a olho nu:

- Há os indivíduos de longos cabelos e barbas compridas, apresentando coletes de cabedal e lenços ao pescoço (a última moda desde há décadas), e que não utilizam cuecas, de modo a fazer juz à filosofia do "Andar em liberdade". O gosto musical é comum entre esta espécie: Xutos e Pontapés; não se manifestando grandemente, quando se aproximam de Rios Grandes e Gordos (à excepção de um ou outro, em que a incontinência o obriga a andar de penico na mão).

- Temos ainda o fiel consumidor do Fino e do bitoque no pão (quando este pitéu já se esgotou, umas moelas no pão também são aceites). Esta espécie pode também ser identificável noutros contextos que não os de Baile, num qualquer café Central com umas "Mine's" e um prato de "Tramoços" e "Minuíns" à frente. Estes seres dirigem-se aos bailes fundamentalmente para beber e apreciar as "cachopas" presentes.

- Depois temos também os turistas, aqueles que, não fazendo parte destes ambientes, uma ou outra vez decidem sair da toca para "ajabardar" noutras redondezas, mas atenção que nenhum deles é "um jabaliiiiii!!!!".
Enquanto forasteiros estes seres têm como objectivo beber até cair (nem que seja ao praticar uma qualquer arte marcial de karaté kid, ou mesmo no hall de entrada da própria casa), e fazer as mais tristes figuras, desdenhando os comentários dos conterrâneos locais, como subir a palcos, de fino na mão, para dançar com os atrevidos vocalistas, e demonstrar o espectacular passo D'Almeidanizado.
Depois desta dinâmica grupal há que voltar a casa e regressar de novo (com o risco de apanhar brigadas ou ter um acidente) na insconciência alcoolicamente induzida, para mais alguma rockalhada insanamente saudável: roubar antenas; mijar em casas alheias; roubar vassouras; descobrir garagens; passear de Smart; enfeitar pelourinhos; etc etc etc.
Com o amanhecer, esta espécie regressa então a casa, pegando no carro de outros, tão alcoolicamente afectados como eles, para assim voltar ao lar com a satisfação de quem passou uma noite em cheio, e de quem traz quatro croissants a fumegar, comprados num desvio feito à pastelaria do bairro.
Depois da barriguinha cheia, esta espécie costuma ainda deitar-se, agarrando-se às bordas da cama que teima em andar à roda, adormecendo de telemóvel na mão, e dormindo até que a secura a acorde.

De todas as espécies, esta última é a minha preferida :)

2 comentários:

João de Almeida disse...

Essa de se agarrar ás bordas porque a cama teima em girar e adormecer de telemóvel, parece-me muito familiar...

E já agora, vou ver se trato de registar o nome e patentear o meu passo de dança para ver se começo a receber royalties sempre que alguém proferir o nome da minha dança!

MRM disse...

ahahahah Bem, toda este conjunto de descrições me pareceu bastante familiar, principalmente da ultima espécie, também a minha preferida! heheh
Aquele passo de dança à la Almeida é que pronto, faz furor!